quarta-feira, 18 de abril de 2012

PostHeaderIcon O maluco que nasceu há 10 mil anos



Quando botei Meu Chapéu na cabeça para assistir ao filme que tem como subtítulo “O início, o fim e o meio”, esperava tudo, menos um roteiro linear. No entanto o documentário sobre a tumultuada vida de Raul dos Santos Seixas, um dos mais anárquicos compositores brasileiros, foi editado em uma linha do tempo com começo, meio e fim, nesta ordem. A narrativa cronológica no entanto não tira o brilho do filme dirigido por Walter Carvalho e produzido por Alain Fresnot e Denis Feijão.
A construção do personagem vai se fazendo através de mais de 90 depoimentos, desde os amigos mais remotos, suas mulheres, parceiros praticamente desconhecidos, até o mais ilustre deles, Paulo Coelho. A entrevista com o escritor tem inclusive um coadjuvante inesperado: uma mosca. Paulo Coelho faz justiça ao compositor, no trecho em que afirma que o melhor parceiro de Raul Seixas foi Raul Seixas. Nas quase duas horas de duração do documentário, Meu Chapéu ficou preso ao filme do começo ao fim, descontada uma breve cochilada de 5 minutos no meio.
Walter Carvalho manobra bem a narrativa para não cair na tietagem, e dar a verdadeira dimensão do artista que viveu a vida que propôs em sua obra, se negando a esperar a morte chegar sentado no trono de um apartamento. Na opinião do Meu Chapéu, o filme dá conta do recado, e faz justiça a um dos maiores personagens da nossa música, responsável por colocar rock no baião, mosca na nossa sopa e alegria no nosso rádio. Fotos: Lee Swain


Diretor: Walter Carvalho
Produção Executiva: Alain Fresnot e Denis Feijão
Produção: Rodrigo Castelar, Pablo Torrecilas
Roteiro: Leonardo Gudel
Fotografia: Lula Carvalho
Duração: 115 min.
Ano: 2011
País de origem: Brasil