sexta-feira, 28 de novembro de 2014
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18:00 | Postado por
São Paulo |
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ST. VINCENT
------ Estreia: 05/02/2015
(St. Vincent, EUA, 2014)
Maggie acabou de se separar e agora precisa encontrar alguém que possa tomar conta de seu filho enquanto sai para o trabalho. A ajuda vem de um vizinho, St. Vincent, um veterano de guerra arrogante que aparentemente não parece ser a pessoa mais apropriada para ficar com uma criança. Mas o garoto acaba vendo naquele velho ranzinza não apenas um amigo mas um verdadeiro mentor.
Gênero: Comédia
Duração: 102 min.
Diretor:
Theodore Melfi
Elenco:
Bill Murray ............... Vincent
Melissa McCarthy ............... Maggie
Naomi Watts ............... Daka
Chris O'Dowd ............... Irmão Geraghty
Terrence Howard ............... Zucko
Jaeden Lieberher ............... Oliver
O pano de fundo óbvio de St. Vincent, aquele que não exige nenhum grande exercício de inteligência para decodificar, é sobre o bom e batido grumpy old man. Ou seja, o velho ranzinza. Bill Murray - para variar, excelente no papel - é o Vincent do título. Um dia ele ganha novos vizinhos: Maggie (Melissa McCarthy), uma mulher que acabara de se divorciar, e o filho pequeno, Oliver (Jaeden Lieberher). Vincent não tem intenção alguma de fazer amigos, mas vê a possibilidade de ganhar uns dólares a mais no improvável papel de baby sitter do menino. Improvável porque Vincent bebe sem parar, fuma sem parar e aposta sem parar nas corridas de cavalos. O que ele não gosta muito é de falar, coisa que aos poucos vai mudando, já que Oliver o acompanha em todos os lugares. Assim, o velho chato e arrogante vai se transformando. E a amizade entre Vincent e Oliver se estabelece.
Até certo ponto, St. Vincent apresenta um homem que é, digamos, uma mistura em partes iguais de Scrooge e Walt Kowalski. Mas isso ainda continua sendo óbvio. Nas entrelinhas, este longa de estreia de Theodore Melfi é possivemente uma das melhores críticas à ideia anacrônica da canonização cristã. Uma crítica que vem temperada com sarcasmo e ironia, aliás muito bem apresentada no momento em que o pequeno Oliver vai para seu primeiro dia de aula. O professor, o qual imediatamente o identificamos como um padre, pede a Oliver que faça uma oração depois de apresentá-lo aos novos coleguinhas. Oliver revela ao professor que é judeu. O mestre, na tentativa de contornar o constrangimento, explica que ali há espaço para todas as religiões. Mas deixa claro que ser católico é o mais importante, uma vez que o cristianismo tem mais regras e mais cúmplices - entenda-se, Santos.
Qualquer um poderá dizer que o Vincent de Bill Murray está longe de ser santo. Pelo menos do ponto de vista esquemático e dogmático do cristianismo. Ocorre que religião não é uma ciência exata. Assim, diante das observações do menino Oliver e sobretudo a partir de sua (re)leitura sobre o que leva alguém a ser considerado santo, Vincent não só pode como deve ser santificado.
(St. Vincent, EUA, 2014)
Maggie acabou de se separar e agora precisa encontrar alguém que possa tomar conta de seu filho enquanto sai para o trabalho. A ajuda vem de um vizinho, St. Vincent, um veterano de guerra arrogante que aparentemente não parece ser a pessoa mais apropriada para ficar com uma criança. Mas o garoto acaba vendo naquele velho ranzinza não apenas um amigo mas um verdadeiro mentor.
Gênero: Comédia
Duração: 102 min.
Diretor:
Theodore Melfi
Elenco:
Bill Murray ............... Vincent
Melissa McCarthy ............... Maggie
Naomi Watts ............... Daka
Chris O'Dowd ............... Irmão Geraghty
Terrence Howard ............... Zucko
Jaeden Lieberher ............... Oliver
O pano de fundo óbvio de St. Vincent, aquele que não exige nenhum grande exercício de inteligência para decodificar, é sobre o bom e batido grumpy old man. Ou seja, o velho ranzinza. Bill Murray - para variar, excelente no papel - é o Vincent do título. Um dia ele ganha novos vizinhos: Maggie (Melissa McCarthy), uma mulher que acabara de se divorciar, e o filho pequeno, Oliver (Jaeden Lieberher). Vincent não tem intenção alguma de fazer amigos, mas vê a possibilidade de ganhar uns dólares a mais no improvável papel de baby sitter do menino. Improvável porque Vincent bebe sem parar, fuma sem parar e aposta sem parar nas corridas de cavalos. O que ele não gosta muito é de falar, coisa que aos poucos vai mudando, já que Oliver o acompanha em todos os lugares. Assim, o velho chato e arrogante vai se transformando. E a amizade entre Vincent e Oliver se estabelece.
Até certo ponto, St. Vincent apresenta um homem que é, digamos, uma mistura em partes iguais de Scrooge e Walt Kowalski. Mas isso ainda continua sendo óbvio. Nas entrelinhas, este longa de estreia de Theodore Melfi é possivemente uma das melhores críticas à ideia anacrônica da canonização cristã. Uma crítica que vem temperada com sarcasmo e ironia, aliás muito bem apresentada no momento em que o pequeno Oliver vai para seu primeiro dia de aula. O professor, o qual imediatamente o identificamos como um padre, pede a Oliver que faça uma oração depois de apresentá-lo aos novos coleguinhas. Oliver revela ao professor que é judeu. O mestre, na tentativa de contornar o constrangimento, explica que ali há espaço para todas as religiões. Mas deixa claro que ser católico é o mais importante, uma vez que o cristianismo tem mais regras e mais cúmplices - entenda-se, Santos.
Qualquer um poderá dizer que o Vincent de Bill Murray está longe de ser santo. Pelo menos do ponto de vista esquemático e dogmático do cristianismo. Ocorre que religião não é uma ciência exata. Assim, diante das observações do menino Oliver e sobretudo a partir de sua (re)leitura sobre o que leva alguém a ser considerado santo, Vincent não só pode como deve ser santificado.