sexta-feira, 7 de novembro de 2014

PostHeaderIcon Dicas de Marcos Petrucelli


INTERESTELAR

Direção de Christopher Nolan
Roteiro dos irmãos Jonathan Nolan e Christopher Nolan

Com:
Matthew McConaughey ............... Cooper
Wes Bentley ............... Doyle
Anne Hathaway ............... Amelia
Jessica Chastain ............... Murph
Michael Caine ............... Dr. Brand
John Lithgow ............... Donald
Topher Grace
Casey Affleck ............... Tom
Mackenzie Foy ............... Murph jovem
Ellen Burstyn ............... Murph idosa
Collette Wolfe ............... Senhorita Kelly
David Oyelowo ............... Diretor da escola
Bill Irwin ............... TARS (voz)
William Devane ............... Tom velho




Antes de tudo, algumas informações que podem explicar muito sobre "Interestelar". Se alguém tiver curiosidade, vai descobrir que um dos títulos de trabalho do filme é "Untitled Steven Spielberg Space Project" (projeto espacial sem título de Steven Spielberg). Ou seja, em algum momento, era para ser um trabalho dirigido por Spielberg. A história espacial estava sendo escrita por Jonathan Nolan, contando com a consultoria do físico Kip Thorne para incluir na narrativa as teorias sobre o cosmos. Ocorre que Spielberg desistiu desse projeto. Christopher Nolan conversou com os executivos de Hollywood, no caso da Warner Bros., e conseguiu os direitos de dar continuidade ao projeto reescrevenco o roteiro com o irmão e também com o físico Kip Thorne.

E daí que surgiu "Interestelar", que conta a história de um Planeta Terra num futuro não revelado, mas sabemos que uma grande praga dizimou praticamente todo o agronegócio no mundo. Ou seja, não existe comida... a maior parte das plantações virou pó. Como é mostrado em certo momento, as universidades precisam mais de fazendeiros do que engenheiros. A tecnologia é quase uma heresia. O governo americano chegou até mesmo a excluir dos livros de história qualquer menção a missões ao espaço, envergonhado que se sentia pelo tanto de dinheiro que se gastou e por causa disso a população agora sofre.

Nesse ambiente, a NASA opera na clandestinidade. Quem descobre que a agência espacial ainda está funcionando é o ex-piloto Cooper (Matthew McConaughey) e sua filha Murph (quando criança feita por Mackenzie Foy e adulta por Jessica Chastain). Na NASA, Cooper encontra o Professor Brand (Michael Caine), que explica uma missão secreta que pode ser a única salvação da população da Terra: o ex-piloto deve viajar ao espaço em busca de novos planetas onde a humanidade pode ser reconstruída. Para isso, claro, o Cooper vai ter de abandonar sua família na Terra mesmo sabendo que pode nunca mais voltar.

Trata-se de um misto de mistério e ficção científica, além de aventura e drama familiar. A aventura e o drama familiar estão no filme muito por causa da influência do próprio Spielberg. O drama a gente logo percebe com esse dilema do piloto em ter de se afastar da familia. A aventura está aqui e ali, com sequências das mais empolgantes, mas deve se destacar uma delas logo no início do filme, quando Cooper está com a filha e o filho perseguindo um Drone.

O mistério ronda o filme do começo ao fim e não se pode falar muito sem correr o risco de estar estragando a surpresa. E a ficção... bom, a ficção é a parte mais surpreendente do filme. Desde as axplicações científicas, falando da geometria dos buracos de minhoca, passando pela natureza tridimensional do espaço-tempo contínuo até a parte visual, da qual o diretor Nolan sempre cuida em seus filmes, como por exemplo "A Origem".

Ainda no quesito visual e, por consequência, efeitos especiais, uma outra curiosidade é que Nolan não usou o chamado chroma-key (a tela verde ou azul) durante as filmagens. A equipe do cineasta preferiu antigas técnicas de filmagem, como as retroprojeções, e filmaram em locações. Para tanto, construíram sets imensos onde cenas no espaço eram projetadas em gigantes telões. Os atores fizeram suas cenas diante dessas imagens, o que garantiu a captura das emoções de forma muito mais verossímil.