sexta-feira, 21 de março de 2014

PostHeaderIcon Dicas de Marcos Petrucelli


Entre as estreias da semana no Brasil, certamente o maior destaque é o filme de guerra "O Grande Herói". Não se trata de uma superprodução, pelo menos do ponto de vista orçamentário: foram gastos U$ 40 milhões, algo bem abaixo da média para os padrões de Hollywood. No entato, trata-se de um grande sucesso de bilheteria, uma vez que o filme conseguiu arrecadar aproximadamente 100 milhões de dólares logo em seu primeiro final de semana de exibição nas salas americanas.





O interesse do público tem seus motivos. Eis aqui um gênero bastante atraente e sempre muito bem explorado em toda história do cinema americano - o filme de guerra -, além do fato de que a trama se desenvolve numa guerra bastante atual, a do Afeganistão. Aliás, o primeiro a tratar desse tema e que consegue ótimos resultados comerciais. Trata-se de um conflito que, além de custoso aos cofres dos Estados Unidos, causa até hoje muita controvérsia e polêmicas. Se, por um lado, os muitos milhões de dólares alocados no poder bélico - além das milhares de mortes de soldados nas trincheiras - são motivo de questionamentos, por outro há o sentimento de vitória por uma guerra ganha contra o terrorismo (no caso, a longa caçada ao líder Osama Bin Laden).

"O Grande Herói" ainda tem o diferencial de uma história que é apenas um episódio desta guerra. Mas, sobretudo, o roteiro deixa de lado argumentações baseadas na moralidade do governo e suas justificativas para entrar num confronto, focando seu desenvolvimento em personagens reais e heróicos que lidam única e exclusivamente com o desempenho de suas carreiras militares, sem nunca se esquecer do pensamento patriótico e da amizade entre os colegas soldados. Sim, o filme é se baseia em fatos reais. Conta como o Tenente Marcus Lutrell e seus companheiros são lançados ao sacrifício numa ação fadada à tragédia.

Mark Wahlberg (que interpreta Lutrell), Taylor Kitsch, Emile Hirsch e Ben Foster formam o quarteto de soldados e amigos que têm a missão de capturar um líder terrorista. Num momento tenso, de discussão e dúvidas sobre como tomar a decisão mais acertada, de caçadores eles acabam se tornando caçados. E pelo talibã, o violento e sangrento exército afegão.

Honra, coleguismo e cumprimento do dever são as regras para eses homens que compõem as Forças Armadas. Não há como não se envolver com o sofrimento dos personagens. Assim como não existe a possibilidade de ficar indiferente às incríveis cenas de ação, de extremo realismo. Importante ressaltar, aqui, que "O Grande Herói" foge à regra e deixa de lado os efeitos especiais com a utilização de computação gráfica. Tudo o que vemos é absulutamente real: soldados rolando por ribanceiras, quedas livres, explosões de helicópteros.

Quase ao final do filme, o público deve ficar atento à apresentação de uma parcela da população afegã que jamais foi mostrada em filmes anteriores. É, no mínimo, uma questão a ser refletida sobre a condição humana, mas principalmente pelo comportamento de um tipo humano que muitas vezes duvidamos que possa existir num ambiente de guerra.