sexta-feira, 8 de novembro de 2013
"Capitão Phillips" mostra os piratas da era moderna
08:37 | Postado por
São Paulo |
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Piratas já foram tema de incontáveis produções de Hollywood. O auge desses mercenários do mar talvez tenha sido nos anos de 1940 e 1950, com produções famosas como "A Princesa e o Pirata", dirigido por David Butler e Sidney Lanfield em 1944, "A Vingança dos Piratas", de Jacques Tourneur, feito em 1951, ou o clássico "Barba Negra, O Pirata", assinado por Raoul Walsh em 1952. Mas ao longo dos anos esses piratas foram retratados nos filmes de diferentes maneiras: sejam como meros ladrões, caricatos ou não, eles apareceram nos dramas, nas comédias, animações e até mesmo em musicais. A franquia "Piratas do Caribe", estrelada por Johnny Depp, ressuscitou o personagem no gênero mais tradicional, o filme de ação e fantasia, mas sem deixar de explorar os momentos cômicos.
"Capitão Phillips" chega agora aos cinemas trazendo os bons e velhos piratas. Mas eles não têm nada daqueles malfeitores do Caribe, não são barbudos com tapa-olho, não bebem rum e nem usam facas e espadas como armas. Aqui, os piratas são violentos jovens somalis, armados até os dentes com metralhadoras e que se arriscam nos mares da costa da Somália para invadir e saquear gigantes navios de carga.
Um drama baseado em fatos reais, "Capitão Phillips" descreve os piratas da era moderna. Trata-se de uma adaptação para as telas do livro "A Captain's Duty", escrito pelo Capitão Richard Phillips, que em 2009 teve seu cargueiro Maersk Alabama sequestrado por piratas Somali. A história começa ainda em terra firme, quando o Capitão Phillips está com a esposa dentro do carro e a caminho de mais uma viagem de trabalho. Atento a todas as informações, Phillips já tem conhecimento dos frequentes ataques a navios em alto mar, nas proximidades da Somália. A preocupação existe porque essa será sua rota. Já a bordo de navio cargueiro Maersk Alabama, ao lado de sua equipe, o Capitão Phillips navega pelas águas atento a qualquer movimentação. E não demora para que o radar acuse a presença de embarcações suspeitas em rápida aproximação.
O diretor Paul Greengrass, especialista em filmes de ação e habilidoso na elaboração de sequências que provocam agonia e desespero, imprime ao filme toda sua experiência. Assim como vimos em "Vôo United 93", no qual Greengrass conseguiu fazer o espectador prender a respiração por quase duas horas, em "Capitão Phillips" a sensação de claustrofobia é ainda mais intensa e sem fim. O experiente Capitão Phillips ainda tenta de todas as formas criar manobras que possam impedir o ataque pirata, mas os homens finalmente invadem a gigante embarcação. Daqui paa a frente a tensão só aumenta, pois o que acompanhamos é o embate - às vezes psicológico, às vezes físico e altamente violento - entre o Capitão Phillips (Hanks em mais uma interpretação primorosa)e o suposto chefe pirata, Muse (o ator somali Barkhad Abdi, uma ótima revelação).