sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Especial: Festival de Cinema de Gramado
06:55 | Postado por
São Paulo |
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Festival de Gramado:
"Eu Não Faço a Menor Ideia do que Eu Tô Fazendo Com a Minha Vida"
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Festival de Gramado: "Super Nada"
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Festival de Gramado: "Tropicalismo Now!"
"Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!" também foi a pauta do tradicional debate do Festival. Os diretores Ninho Moraes e Francisco Cesar Filho, juntos com a equipe, explicaram que o longa é uma visão diferente sobre o tropicalismo: "Ele complementa longas como "Tropicália" e "Uma Noite em 67". É, na realidade, uma visão de agora sobre aquele momento. Não é um resgate, é um retrato de como o tropicalismo aparece nos dias de hoje". Para tal abordagem, os diretores foram cautelosos ao escolher os entrevistados do filme. Caetano Veloso, por exemplo, apesar de ser tema de muitos depoimentos, não aparece. Isto, no entanto, é escolha dos próprios diretores. "O próprio Gilberto Gil aparece no filme mais como ministro da cultura do que como tropicalista. E o Caetano já disse tudo o que tinha a dizer sobre o assunto em um livro que escreveu", comentou Ninho. E, apesar dos depoimentos e da narrativa “datada” (termo utilizado pelo próprio Ninho), ele não categoriza o filme como documentário, mas sim como um trabalho poético e tropicalista ilustrado por um show. No debate também também estava presente o músico André Abujamra. Ele comentou que, mesmo conhecendo os diretores de longa data, a experiência foi um desafio: "O filme é um trapézio sem rede. É muita responsabilidade fazer arranjos de músicas tropicalistas. Foi uma experiência arriscada, mas acredito que está dando certo".
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Seguindo a tradição, o festival realiza diariamente sua série de debates dos
filmes exibidos na competição. O primeiro deles foi com a equipe do filme
"Eu Não Faço a Menor Ideia do que Eu Tô Fazendo Com a Minha Vida", do
diretor Matheus Souza, que se apresentou com os atores Clarice Falcão e Rodrigo
Pandolfo. Realização pessoal de Matheus Souza, a história traz muito de seu
autor. "O que eu sei fazer é falar sobre mim, sobre meus amigos e minha
geração. E o título vem da minha própria vida, de um momento em que eu me olhei
no espelho e fiz a tal afirmação", comentou Matheus. De acordo com o
diretor, o filme custou em torno de 20 mil. O resultado, no entanto, segundo o
diretor, não se altera e a mensagem faz jus ao que ele quis passar:
"Crescemos com conceitos mastigados sobre honra, amizade, lealdade, amor…
Mas as coisas não são como nos ensinaram. É clichê, mas eu também ainda não sei
muito bem o que eu tô fazendo com a minha vida". Matheus Souza também
revelou que estar no Festival de Cinema de Gramado é a continuação de um sonho
que começou a se tornar realidade quando ele começou a filmar, e se disse
honrado em dividir a sessão noturna com Fernando Meirelles, que exibiu
"360" fora da competição.
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Festival de Gramado: "Super Nada"
Dirigido por Rubens Rewald e Rossana Foglia, "Super Nada" surgiu com
a proposta de contar os dramas de um personagem urbano com foco em questões
familiares, afetivas e profissionais. "Outra ideia central é o não. É uma
história sobre como existe apenas um sim para dez respostas negativas, sobre
alguém que acredita na possibilidade de ser muito mais do que a vida lhe
proporciona", comentou Rewald. O ator Marat Descartes, também presente ao
debate, revelou que não foi fácil aceitar o papel do ator que sonha em ser
grande profissionalmente: "Quando o diretor me convidou, entrei em crise,
porque não achava que tinha a idade para o papel. Mas depois percebi que não
ter se encontrado na carreira não tem idade. Pode acontecer a qualquer um, em
qualquer profissão". Outro ponto de destaque do debate foi a participação
de Jair Rodrigues no elenco de "Super Nada". O papel, de acordo com a
equipe, não era fácil. "É um papel arriscado para um ator consagrado. E
tinha que ser alguém de peso, não um super nada", comentou a codiretora Rossana
Foglia. Após conflitos de agenda com vários atores que haviam topado
participar, como Marcos Caruso e Otávio Augusto, a ideia de Jair Rodrigues foi
aprovada. "Quando convidamos o Jair, ele disse que já tinha feito tudo de
música e que seria divertido atuar. E ele topou. Aí adaptamos o roteiro para o
Jair, que, poucos sabem, já tinha feito cinema", contou Rubens.
"Super Nada" ainda é definido pelo diretor como o retrato do nicho de
uma cidade. No caso, o teatro paulista, onde Rewald tem vasta experiência.
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Festival de Gramado: "Tropicalismo Now!"
"Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!" também foi a pauta do tradicional debate do Festival. Os diretores Ninho Moraes e Francisco Cesar Filho, juntos com a equipe, explicaram que o longa é uma visão diferente sobre o tropicalismo: "Ele complementa longas como "Tropicália" e "Uma Noite em 67". É, na realidade, uma visão de agora sobre aquele momento. Não é um resgate, é um retrato de como o tropicalismo aparece nos dias de hoje". Para tal abordagem, os diretores foram cautelosos ao escolher os entrevistados do filme. Caetano Veloso, por exemplo, apesar de ser tema de muitos depoimentos, não aparece. Isto, no entanto, é escolha dos próprios diretores. "O próprio Gilberto Gil aparece no filme mais como ministro da cultura do que como tropicalista. E o Caetano já disse tudo o que tinha a dizer sobre o assunto em um livro que escreveu", comentou Ninho. E, apesar dos depoimentos e da narrativa “datada” (termo utilizado pelo próprio Ninho), ele não categoriza o filme como documentário, mas sim como um trabalho poético e tropicalista ilustrado por um show. No debate também também estava presente o músico André Abujamra. Ele comentou que, mesmo conhecendo os diretores de longa data, a experiência foi um desafio: "O filme é um trapézio sem rede. É muita responsabilidade fazer arranjos de músicas tropicalistas. Foi uma experiência arriscada, mas acredito que está dando certo".
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Festival de Gramado: "Colegas"
"Colegas" foi o centro das atenções no debate que ocorreu na manhã
seguinte à exibição do filme. O diretor Marcelo Galvão estava presente junto
com sua equipe. O roteiro do filme começou a ser escrito em 2005 e, após passar
por muitos tratamentos, chegou ao ponto em que o diretor queria precisava
filmá-lo: "O meu desejo é que 'Colegas' seja uma espécie de 'Goonies'. Ou
seja, que ele se torne um filme para crescer com o público juvenil, para morar
na memória dele e acostumá-lo a enxergar os portadores de síndrome de down com normalidade".
Sobre esta "normalidade", a atriz Juliana Didone destacou a
desenvoltura do trio de protagonistas – portadores da síndrome – e a total
sinceridade deles: "Foi uma experiência de vida. Eles não têm as máscaras
que nós colocamos". "Colegas" é um filme sobre síndrome de down
que, no entanto, teve enorme dificuldade nas tentativas de captar recursos, o
que assustou o diretor Marcelo Galvão, que não esperava tanta rejeição devido à
importância do tema inclusão social. As dificuldades, no entanto, não intimidaram
os envolvidos na equipe: com orçamento de seis milhões, otimizaram a verba,
cobraram pequenos cachês do elenco e reuniram mais de 300 atores para testes.
"No final das contas, tudo o que nós desejamos, conseguimos para o filme.
De todos os trabalhos que já fiz, esse foi a que teve a energia mais
gostosa", comentou o diretor. A dedicação e o interesse pelo tema também
vem de uma questão pessoal. Marcelo Galvão cresceu com um tio portador de
síndrome de down e pensou muito na abordagem do tema: "Usamos termos como
‘retardado’ e ‘mongolóide’ de propósito no filme. Através dessa forma caricata,
queríamos fazer uma crítica".
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Festival de Gramado: "Insônia"
Os debates do Festival de Cinema de Gramado continuaram com a equipe de "Insônia",
que mostra o cotidiano amoroso e familiar de uma adolescente de 15 anos.
Segundo o diretor Beto Souza, a obra tem um caráter específico: "É um
filme de segmento mesmo, para um nicho pouco explorado aqui no Brasil. Mais do
que isso, é uma história universal, que mostra como o mundo contemporâneo é
veloz". Lara Rodrigues, atriz do filme, diz se identificar com sua
personagem em alguns aspectos e elogiou a equipe de "Insônia":
"No início, fiquei muito nervosa por ter que interpretar uma protagonista.
Mas a equipe foi receptiva e me deu muito suporte. Foi uma experiência muito
diferente". Um ponto importante discutido no encontro foi a distribuição
de longas-metragens no Brasil. "O processo do filme acaba na sala da
exibição. Já no orçamento temos que separar uma parte da verba para a
distribuição. E o Brasil parece não entender isso. Depois reclamamos que cinema
americano toma conta das salas". O produtor executivo, Beto Rodrigues, fez
coro ao diretor e comentou o caráter abrangente do filme: "É difícil achar
produtoras que abracem o teu projeto só lendo roteiro. Mas 'Insônia' tem dois
eixos narrativos. É um filme que se comunica com os jovens e a família
também".



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